A prática de trabalhar o solo para obter uma colheita é quase tão antiga quanto a própria humanidade. E independente de crença, nada me passa a mente como mais histórico do que os Provérbios das Escrituras Hebraicas, com ~1600 anos.
“O que semeia a injustiça segará males; e a vara da sua indignação falhará” (Provérbios 22:8).
“Portanto, comerão do fruto do seu procedimento e dos seus próprios conselhos se fartarão” (Provérbios 1:31)
A analogia aos provérbios vem do pressuposto de que um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) sempre será da própria pessoa, e de mais ninguém. Assim, inevitavelmente, colhemos aquilo que plantamos, e só irá evoluir na carreira aquele que efetivamente planejar (semear), e posteriormente se doar na execução.
Como vai o seu PDI?
Materializa-se um PDI pelo processo de organizar as ações que irão levar o indivíduo a atingir um objetivo e desenvolver-se. No ambiente corporativo, procuramos principalmente, mas não exclusivamente, focar na evolução profissional.
A partir de algumas pesquisas, descobri que comumente empresas tratam o PDI como um guia prático para desenvolver competências e habilidades, e acompanham tais evoluções para condicionar o crescimento na carreira do profissional em questão. Outros ainda, acreditam que apoiar o PDI significa reservar parte da verba da área em cursos, livros e certificações.
Discordo destas definições. Contrariando a maioria, em PDIs nos quais oriento, procuro dar ênfase aos pontos fortes e em como explorá-los em prol do destaque, ao invés de dar foco nas fragilidades e incompetências.
Não escolhemos quais são as pessoas ao nosso redor, mas influenciamos aqueles que estão próximos a nós. Tendencialmente, se trabalharmos nos pontos fracos das pessoas, criamos uma linha da mediocridade, e igualamos todos a ela, e deixamos de explorar a aptidão de cada pessoa.
Ao elaborar um PDI com foco na aptidão, revertemos e geramos os diferenciais no mercado, e buscamos extrapolar as possibilidades já conhecidas.
Desta forma, conseguimos quebrar limites e criar os grandes profissionais diferenciados, dedicando exponencialmente mais forças onde encontramos resultados. No exemplo acima, dos pontos fracos, não evoluímos nenhum ponto de “criatividade”, e investimos muito pouco em “comunicação”, apenas o suficiente para alavancar os pontos de “comprometimento” e “know-how técnico”, estes sim, dedicados e hoje considerados diferenciais desta pessoa em específico.
Todavia, ter um PDI bem elaborado não é tudo. É preciso disciplina para seguir o seu plano! Neste “novo mundo corporativo”, com “internet das coisas”, “metaverso”, e uma infinidade de distrações, vemos as pessoas fazendo aquilo que gostam, e não aquilo que precisam.
Uma ajuda para que se tenha disciplina, é a percepção do sucesso. O problema é que sucesso está atrelado ao que terminou, e não sobre o que se fez. Aposte nas entregas “parciais”. Esperar para ver uma evolução completa do seu PDI pode demorar muito, e consequentemente, a recompensa não virá de imediato, e este será o início do seu fracasso. Sucesso justifica o esforço. Reconheça o que se faz, trabalhe com pequenos marcos, e nunca esqueça de celebrar.
O próximo passo é buscar destaque, e isso está atrelado em fazer mais do que os outros, e agregar valor no seu trabalho. Um ponto de vantagem por aqui, é que a maioria das pessoas vão optar por decisões baseadas em “não quero”, “não gosto” e “não preciso”, e quando saírem da zona de conforto, logo no primeiro final de semana, já estarão nas redes sociais, postando, “pagando de diferentes” e esperando resultados diferenciados. Siga o seu PDI, e já estará em destaque perante a maioria.